Sangrando Poem by Carlos Aragao

Sangrando

Olhei para a lua hoje e já não era minha,
Era nossa...
E não me pertencia.

Dos ocasos desta vida,
A maior perda e o luar.

Estrelas pulsantes, luar insinuante,
Vidas perfeitas,
Uma vez delirantes...

De todas as luzes,
A que mais me falta e você.
Uma vez farol seguro,
Hoje um caminho obscuro...

Todos os ventos do norte,
Hoje me sopram saudades,
Lembranças sussurradas,
Numa brisa de amenidades.

De todas as montanhas,
A única inacessível e você.
Antes era caminho seguro,
Hoje uma ilusão sem futuro.

E que te venham homens bradando,
De seu amor e suas certezas,
O único caminho comum,
Convive em nossas tristezas.

Eu que não me pertenço,
Que me perdi em um lamento,
Sou hoje nada mais que lembranças,
De uma poesia jogada ao vento.

Vidas e vidas vão passar...
Perdidas neste luar.
Flores e flores vão morrer,
Esperando este alvorecer.

Pedras perdidas,
Jamais serão encontradas,
Ficamos com as asas partidas,
No meio desta jornada.

E pelos caminhos jamais percorridos,
As únicas sobras somam quase nada,
O vento sussurra versos doloridos,
Numa casa desabitada.

Entre chuvas repentinas,
Lavamos a alma doente,
Misturando água e lagrimas,
Chorando este amor ausente.

Mas o palco nos chama,
Para uma nova direção,
E seguimos fingindo alegria,
Num rompante de ilusão.

E seguem luas, ventos e mares,
Pedras perdidas, e novos lugares.
Só nos resta caminhar...
(Já não podemos voar)

O palco nos esta chamando...
Temos que seguir!
Na ilusão de que estamos sonhando,
(Sempre sorrindo)
Com nossas almas sangrando.

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