Clandestino (Viajante) Poem by Bernardo Almeida

Clandestino (Viajante)

Sou o pó da raiz triturada pela sede,
Saturada pelo sol e nutrida pelo esterco
Falo grave neste chão árido e severo
Ao qual lanço o meu olhar
Descansado sob o mel que derrama
Sobre as cercas de calor desumano
Tão irônico, lacônico e desgastado
Quanto as fardas de uma tortura condecorada
Guardo então as medalhas que recebi da Terra e do mérito
Fruto cadente da árvore do orgulho alheio
E sinto o caule do sucesso, sempre ascendente
Encontrar o recesso no topo carente da alma do lutador
Escondido na transitoriedade da sensibilidade de um trovador
Que se aventura na estrada das emoções
Plantando saudade no seio da colheita repartida
Enjaulada na seleção inusitada do cantil da liberdade

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