Uma porta fechada não é suficiente para que o homem
esconda o seu amor. Ele também necessita de uma porta aberta
para poder partir e se perder na multidão quando esse amor explodir
como o barril de pólvora no arsenal alcançado pelo raio.
Um telhado não basta para que o homem se proteja
do calor e da tempestade. Para fugir ao relâmpago
ele precisa de um corpo estendido na cama
e ao alcance de sua mão ainda temerosa
de avançar no excuro quando a chuva cai no silêncio do mundo aberto como uma fruta
entre dios estrondos.
Na noite que declina, no dia que nasce,
o homem precisa de tudo: do amor e do raio.
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