O franciscano canto já cantou
a irmandade entre mim e o caos,
pois cantando a ordenada harmonia
antecedeu meu canto em que a Natureza
é filha da desordem e do diverso.
Adorei o Deus dos cordeiros e campos,
dos carreiros floridos, do mar farto,
e onde estavam os traços da concórdia
e o haver das quatro estações,
regidas pelas esferas melodiosas,
eu vi os ecos das várias radiações.
O meu ouvido escuta no Universo
as frases entrecortadas das galáxias.
Outrora até Ele vinham os sussurros
dos silvedos das rosas singelas,
enquanto pelas veredas da terra
cantava o seu caminho pelo Todo.
Eu canto aqui a perda do espírito
de Francisco no louvor do dia pleno
e o ganho da incerteza diária
e da angústia que nos aquieta
como se nem tivéssemos merecido
conservar a Letra segundo o espírito
E as arvéolas cantam e nidificam
nos antigos percorridos caminhos
quando viram passar o trovador
a andar e a cantar no Tempo
embora parecesse o Espaço.
Imito os versos que louvam o lugar,
porque sei que o espaço é ignoto
e o tempo tem a medida da vida.
Foi no tempo que chegaram até mim
os três reinos da Natureza viva,
e a pedra canta o seu som de pedra
quando estala e rola e quebra.
...
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