Ignotus Poem by Antero Tarquinio de Quental

Ignotus

Onde te escondes? Eis que em vão clamamos,
Suspirando e erguendo as mãos em vão!
Já a voz enrouquece e o coração
Está cançado--e já desesperamos...

Por ceu, por mar e terras procuramos
O Espirito que enche a solidão,
E só a propria voz na immensidão
Fatigada nos volve... e não te achamos!

Ceus e terra, clamai, aonde? aonde?--
Mas o Espirito antigo só responde,
Em tom de grande tedio e de pezar:

--Não vos queixeis, ó filhos da anciedade,
Que eu mesmo, desde toda a eternidade,
Tambem me busco a mim... sem me encontrar!

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