Seio Poem by Ernesto Rodrigues

Seio

A indizível luz
na noite generosa

A exuberância revestida
da amante occasional

A chama adormecida
do etéreo desejo

A trégua interrompida
nos livros abjurados

A sala vazia
e a sombra vagarosa

A inocência dos lábios
na solidão dos ventos

O ténue rumor
da névoa em suspensão

A floresta silenciosa
e o esplendor da paixão

O tédio inusitado
do rosto da memória

O falso movimento
e o fulgor inflexível

A sombra errática
das horas indecisas

A ausência arrastada
da imagem dispersa

O gesto imediato
no dia especioso

A aragem nocturna
e o vestígio efémero

O brilho envergonhado
deste luar
assim aos poucos

O delírio inibido
da imobilidade
que nos devora

COMMENTS OF THE POEM
READ THIS POEM IN OTHER LANGUAGES
Close
Error Success