Gregorio de Matos Guerra

Rating: 4.33
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Gregorio de Matos Guerra Poems

Se souberas falar também falarás
também satirizaras, se souberas,
e se foras poeta, poetaras.
...

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
...

Neste mundo é mais rico o que mais rapa: quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa.
...

Avós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos,
Que, para receber-me, estais abertos,
...

Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
...

Anossa Sé da Bahia,
com ser um mapa de festas,
é um presépio de bestas,
se não for estrebaria:
...

Meus males de quem procedem?
Não é de vós? claro é isso:
Que eu não faço mal a nada
...

Que de quilombos que tenho
com mestres superlativos,
nos quais se ensinam de noite
...

To you, running I go, sacred arms,
Bare on this sacrosanct cross,
That, to welcome me are open,
And, to not punish me, are nailed.
...

10.

Ilha de Itaparica, alvas areias,
Alegres praias, frescas, deleitosas;
Ricos polvos, lagostas deliciosas,
Farta de putas, rica de baleias.
...

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha;
Não sabem governar sua cozinha,
...

Gregorio de Matos Guerra Biography

Gregório de Mattos e Guerra (April 7, 1636 – November 26, 1696) was the most famous Brazilian Baroque poet. Although he wrote many lyrical and religious poems, he was more well-known by his satirical ones, winning because of them the nickname "Boca do Inferno" (in English: Hell's Mouth). He is patron of the 16th chair of the Brazilian Academy of Letters. Gregório de Mattos e Guerra was born in Bahia, to Gregório de Mattos (a Portuguese nobleman) and Maria da Guerra (a matron). He studied at the Jesuit College and travelled to Lisbon in 1652, entering the University of Coimbra, where he completed his Law degree in 1661. There he became friends with poet Tomás Pinto Brandão (1664–1743) and married D. Michaella de Andrade, and, two years later, was appointed to a judgeship in Alcácer do Sal. In 1672, he served as solicitor for the city of Bahia to the Portuguese court. In 1679 he returned to Brazil as a widower. He was married for a second time in 1691 to Maria dos Povos, but led a rather bohemian life. A malcontent, he criticized everyone and everything: the church, government and all classes of people, from the rich and powerful to the lowly pauper, sparing no race or profession. His irreverent and satiric writings eventually got him into trouble, and Gregório was exiled to Angola in 1694. Very ill, he managed to return to Brazil the following year, but he was prohibited from entering Bahia and from distributing his poetry. He instead went to Recife, where he died in 1696. His older brother was the painter and orator Eusébio de Mattos (1629–1692).)

The Best Poem Of Gregorio de Matos Guerra

E Pois Cronista Sou

Se souberas falar também falarás
também satirizaras, se souberas,
e se foras poeta, poetaras.

Cansado de vos pregar
cultíssimas profecias,
quero das culteranias
hoje o hábito enforcar:
de que serve arrebentar,
por quem de mim não tem mágoa?

Verdades direi como água,
porque todos entendais
os ladinos, e os boçais
a Musa praguejadora.

Entendeis-me agora?
Permiti, minha formosa,
que esta prosa envolta em verso
de um Poeta tão perverso
se consagre a vosso pé,
pois rendido à vossa fé
sou já Poeta converso

Mas amo por amar, que é liberdade.

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