Na Prisão Poem by Andreia Hiromi

Na Prisão

vejo pela janela eles dançando, felizes...
crianças correndo alegremente, paz.

Ao silencio vi o clarão dos tiros, o poder do fogo das armas do inimigo! crianças chorando... silencio em Khojaly
NAO MATEM MEU POVO! ! NÃO MATEM MEUS FILHOS! !
Eu gritei, eu implorei e ninguém ouviu!
Em lágrimas eu pedi para pouparem meu povo que nada de mal é capaz de fazer.. ninguém me ouviu!
Invadiram minha casa, destruíram tudo o que deixei de mais belo ao meu povo, a arte, a alma...
Foi destruído tijolo por tijolo, pedra por pedra.
E pensar que minha mão o acolheu quando estavam em sua desgraça...
e imaginar que meus filhos se sentaram a mesa com quem os mata hoje...

Oh, meus filhos... quantas dores...
O que fizeram com vocês?
Vejo daqui minhas crianças em Karabakh, Barda, Ganja...
como vão explicar a elas que seu pai e sua mãe não voltarão?
Como as colocarei em meu colo e direi que ficará tudo bem se estou presa aqui! ! ?
Longe demais... atrasada para conseguir proteger meus povo...
Ensinei aos meus filhos serem gentis, caridosos, generosos e me orgulho em ver que não esqueceram. Não corromperam a alma.
Mas é injusto, sim...

Olho pela janela da minha prisão, longe.
tenho uma cama, saudades e tristezas...
Minha vida é lamentos, dor em ver meu povo sofrer, meus filhos.
Condenada a estar longe demais para poder tocar com minhas mãos.
Respiro fundo
Um dia esse tormento acabará, um dia estarei com vocês novamente...


Tudo ficará bem, não sei como, mas ficará.

Na Prisão
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