O espectro familiar que anda comigo,
Sem que pudesse ainda ver-lhe o rosto,
Que umas vezes encaro com desgosto
E outras muitas ansioso espreito e sigo,
É um espectro mudo, grave, antigo,
Que parece a conversas mal disposto. . .
Ante esse vulto, ascético e composto
mil vezes abro a boca. . . e nada digo.
Só uma vez ousei interrogá-lo:
«Quem és (lhe perguntei com grande abalo)
Fantasma a quem odeio e a quem amo?»
- «Teus irmãos (respondeu) os vãos humanos,
Chamam-me Deus, há mais de dez mil anos. . .
Mas eu por mim não sei como me chamo. . .»
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