Nem Um, Nem Outro Poem by Bernardo Almeida

Nem Um, Nem Outro

Escondo-me abaixo do inferno
E acima do paraíso
Para que não me incomodem
Nem bons, nem maus
Nem deuses, nem diabos, nem homens

Cansei de jogos e quero equilibrar-me
Apaziguar os pensamentos que se libertam
Das foices entortadas pela gênese

Só existe condenação para quem nela crê
E o purgatório não comporta tantas almas mornas
Em nenhum biombo me encaixo, permaneço caótico
Uma métrica desconhecida, além de comportamentos óbvios

Mas qual o míssil que me interceptará?
Qual radar me captará?
Se não estou entre a escala do bem e do mal
E desperdiço as explicações oferecidas
Contundidas pelo que é certo ou errado

Prefiro continuar deitado acima do paraíso
Ou de pé abaixo do inferno
Substituindo qualquer moral pelos meus desejos

COMMENTS OF THE POEM
READ THIS POEM IN OTHER LANGUAGES
Close
Error Success